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Capítulo 219 - Meu problema com a poesia

Não me interprete mal. Eu gosto de poesia. Eu queria conseguir escrever mais poeticamente, tocar as pessoas nos seus sentimentos mais profundos, descrever as ações como uma linda canção de Jobim, uma melodia que vai e volta, que sobe e desce e nos envolve na batida e na emoção. Queria conseguir fazer aquelas analogias fantásticas que fazem o leitor engolir seco ou verter uma lágrima e, lá no fundo, pensar que queria ser um pouco como eu, ter um pouco desse dom.  Só tem um problema com tudo isso: eu não gosto de rimar. Sei que a poesia não é só rima; sei que é métrica, que é cadência, que é beleza expressa em palavras. Mas como não domino nenhuma dessas artes, sinto que fica faltando alguma coisa nas minhas poesias que não rimam. E eu já sei o que falta: é a rima. Não me apedrejem, mas eu acho a rima muitas vezes cafona e, por vezes, infantil. Você precisa ter um domínio gigantesco do seu vocabulário para fazer uma rima inusitada e bela. Senão corre o risco de você rimar “ama...